Treinamento Concorrente: 3 pontos-chave para evitar a interferência

Publicado por Prof. Dr. Charles Lopes em

Você que trabalha com treinamento concorrente sabe aplicar corretamente os tipos de treino para evitar a interferência entre treino de força e aeróbio?

 

treinamento concorrente

Nosso trabalho publicado na  Revista Brasileira de Ciência e Movimento fala de 3 pontos-chave  que precisam ser considerados no treinamento concorrente para evitar a interferência.

 

O objetivo do estudo foi analisar trabalhos que compararam o comportamento de variáveis relacionadas a morfologia e performance após a realização do Treinamento Concorrente (TC).

Para tal, foram selecionados 26 artigos nas principais bases de dados que estudaram o efeito crônico em adultos saudáveis.

 

O período de treinamento variou entre 7 e 21 semanas com uma frequência semanal de 2 a 6 dias por semana.

 

Nenhum dos estudos utilizou dieta específica ou relataram o uso de suplementação pelos participantes durante as intervenções.

 

 

TIPOS DE TREINAMENTO

Em relação aos tipos de treinamento observou-se que o treinamento concorrência foi capaz de proporcionar uma manutenção ou melhora da composição corporal e do VO2máx, assim como o treinamento de endurance. 👌

 

Em relação a força máxima, todos os estudos apresentaram um aumento significante após a realização do treinamento concorrência e do treinamento de força, mas em altas velocidades, como na potência, em alguns casos apenas houve a manutenção dos valores iniciais para o treinamento concorrente e o aumento no treinamento de força. 💪

 

Embora o treinamento concorrente possa não ser compatível com o desenvolvimento da potência, quando discute-se seus benefícios relacionados à saúde, ele se mostrou eficaz.

 

 

Treinamento de força X Treinamento Aeróbio

Quando falamos em treinamento de força estamos nos referindo à resistência de força na hipertrofia, força máxima e potência.

Já no caso do treinamento aeróbio, consideramos a resistência aeróbia e anaeróbia.

 

Quando ambos os treinamentos são aplicados simultaneamente, alguns cuidados precisam ser tomados na prática para minimizar a concorrência, veja:

 

1 – Freqüência semanal

grupamento muscular

Se o objetivo é a hipertrofia, não há necessidade de deixar o aeróbio de lado, pode ser utilizando de 1 à 2 treinos de resistência aeróbia na semana que essa frequência semanal não irá concorrer com a hipertrofia muscular.

 

2 – Volume

treinamento concorrente

Fator muito importante é o tempo de duração do treino aeróbio.

Treinos curtos de 15 à 30 minutos, com característica de volume baixo, também não concorrem com a hipertrofia.

 

3 – Intensidade

treinamento concorrente

Outro fator que deve ser observado é a intensidade do treinamento, muitos profissionais não se atentam nessa prática ou negligenciam sua importância na interferência do treinamento concorrente.

 

Veja, se for feito um treinamento aeróbio de baixa intensidade (ou no máximo moderado), abaixo do limiar 1 ou abaixo do limiar ventilatório, esse treino não vai concorrer com o treinamento de hipertrofia, ok?

 

Sabe porque?

Por que quando é feito um trabalho aeróbio de baixa intensidade o fatores priorizados são:

  • Ácidos graxos como substrato energético
  • Fibras de contração lenta

Dessa forma, as fibras de contração rápida são poupadas.

 

Então, seguindo essa regra, com base no que é apresentado pela melhor e mais moderna literatura, você poderá sem dúvidas minimizar a concorrência entre treinamento aeróbio e treinamento de hipertrofia dos seus alunos.

 

 

CONCLUSÃO ⬇️

A interferência na morfologia e na performance provocada pelo treinamento de endurance e força, realizados concomitantemente, é dependente do volume 🤤, da intensidade🤓 e da frequência semanal 😞do treinamento destas variáveis.

 

Em videos futuros vamos falar sobre a concorrência nos treinos de performance ok?

Fique de olho no nosso canal do youtube para não perder nenhum vídeo, e curta também nossa página no Face.

 

 

Para se aprofundar mais!

Tratamos desse e outros assuntos de maneria bem mais aprofundada no nosso livro, agora com a segunda edição em formato totalmente digital.

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5 comentários

DAVID CARRER JUNIOR · 10/09/2018 às 16:12

Parabéns, ótimo texto, faço musculação 4x por semana e karatê outras 2.

Apesar do treino de Karatê ser extenso (1h30m) o aeróbio pesado é de “apenas” 30m, concluo com base no seu texto que apesar da intensidade alta desses 30m. sendo apenas duas vezes por semana não irá atrapalhar (significativamente) a hipertrofia que é o objetivo do momento.
Obrigado.

    Prof. Dr. Charles Lopes · 10/09/2018 às 18:25

    Olá David, obrigado pelo seu comentário,
    Realmente, mesmo fazendo 30min, como a frequência é pequena, ela não compromete os ganhos de hipertrofia.

Kleber · 10/09/2018 às 19:35

Professor, respeito demais o artigo publicado, mas tenho um outro ponto vista sobre aeróbio de baixa intensidade aliado ao treinamento de força.
Na minha humilde opinião a oxidação de ácidos graxos não ocorre durante qualquer atividade física e sim de forma predominante o carboidrato (glicogênio muscular), se você treina em baixa ou moderada intensidade, a lipólise é dificultada pois não aciona a ADIPOCNETINA de forma eficiente, não ocorre a queima da gordura corporal.

Marcos · 21/10/2018 às 22:37

Professor poderia explicar aquele protocolo Tilim e ele pode ser utilizado nesses 1 ou 2 para cardio?

    Prof. Dr. Charles Lopes · 24/10/2018 às 12:34

    Olá Marcos, obrigado pelo seu comentário!
    O treino no Tlim não deve ser realizado na mesma sessão do treinamento de força.
    Está estratégia de treino deve ser realizada em sessão isolada.

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